sábado, agosto 21, 2010


O Ministério do Meio Ambiente divulgou  que, entre agosto de 2009 e junho de 2010, houve uma redução de 49% no desmatamento no bioma amazônico, na comparação com o mesmo período entre 2008 e 2009. Enquanto o balanço atual indica que foram desmatados 1.808,55 quilômetros quadrados (km²), no penúltimo levantamento o desmatamento atingiu 3.536,68 km².
Apesar da redução, a região desmatada entre agosto de 2009 e junho deste ano equivale às áreas das cidades de São Paulo (1,522 km²) e Belo Horizonte (330 km²) juntas ou a 220 mil campos de futebol.
Os dados são do Deter (Detecção do Desmatamento em Tempo Real), sistema utilizado pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) para medir o desmatamento. Dos Estados que compõem a região Amazônica, o Pará foi o que teve o maior desmatamento em junho, com 160,6 km².
O município de Novo Progresso, que costuma ser o campeão de desmatamento, também apresentou uma redução de 66% de destruição, comparado o ano passado com esse ano. Enquanto entre 2008 e 2009, foram destruídos 168,6 km², de 2009 para 2010 o índice caiu para 57,23 km².
Segundo o presidente do Inpe, Gilberto Câmara, o Brasil é líder mundial no uso de satélites para monitorar o desmatamento em florestas tropicais. Ele disse que há intenção, inclusive, de importar esta tecnologia para países africanos e latino-americanos para identificar suas áreas de florestas tropicais com os problemas de devastação.

Câmara, contudo, demonstrou cautela ao falar da significativa queda no desmatamento. Ele afirmou que os índices resultantes dos monitoramentos, via satélite, são prejudicados pela cobertura de nuvens nos locais além dos pequenos desmatamentos não detectados pelo equipamento.

A ministra do Meio Ambiente, Izabela Teixeira, afirmou que houve uma mudança na estratégia de combate ao desmatamento na região, incluindo, além dos latifúndios, as pequenas e médias propriedades.
"A estratégia focava as grandes propriedades, mas há também os ‘puxadinhos’. São as áreas menores, que começaram a ser significativas [no índice de desmatamento] ao longo dos anos”, explicou. "O resultado é muito bom e sinaliza uma tendência apresentada já no ano passado",  disse a ministra.

O ministro de Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, avaliou que os resultados são consequência do avanço tecnológico no sistema de monitoramento da Amazônia, que deve nos próximos anos deve receber mais dois satélites. Em 2011, deve ser lançado o satélite Cbers-3 e, em 2012, está previsto o início das operações do Amazônia 1.

sexta-feira, agosto 13, 2010

Fim das Sacolas Plásticas


Pequenas atitudes podem minimizar os danos que todos nós, cotidianamente, causamos ao ambiente. Ao deixar de utilizar sacolas plásticas – isso mesmo, aquelas que embalam compras nos supermercados e lojas –, você pode dar uma grande contribuição para a redução do aquecimento global

Você sabia que uma sacola plástica demora 200 anos para se decompor na natureza? E, além de levar esse tempo todo, elas ainda soltam, em seu processo de decomposição, gás carbônico, um dos responsáveis pelo aquecimento da Terra.

domingo, agosto 08, 2010







   Estado do Rio de Janeiro pode perder uma área destinada à preservação da Mata Atlântica equivalente a 360.618 campos de futebol - ou três vezes o tamanho da capital. Esse é o tamanho das áreas de Reserva Legal em propriedades rurais que serão afetadas por mudanças no Código Florestal.

 Caso a proposta seja aprovada pelo Congresso, pequenos proprietários deixarão de ter a obrigação de recuperar e manter a mata de 20% de seus terrenos. Ambientalistas afirmam que, na prática, isso representará um grande estímulo para o desmatamento de trechos hoje protegidos por lei.








sábado, agosto 07, 2010


Fogo do 5º Distrito era visto da Ponte da Lapa, em Campos

  Um incêndio de grandes proporções teve início por volta das 12h deste sábado (07/08), na Fazenda Caruara, da empresa LLX, no 5º Distrito, na cidade de São João da Barra. Com o foco identificado em área extensa, a empresa acionou o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil de SJB, e disponibilizou equipamentos próprios como tratores e caminhões para ajudar na tentativa de controlar o incêndio, que chegou, segundo informações passadas no final da tarde, pelo Corpo de Bombeiros, área de 100 alqueires e 10 km de extensão.
Em época de seca é comum o tipo de incêndio, sendo que investigações serão iniciadas para que se apure se não trata-se de incêndio criminoso. A área é de área de preservação permanente de restinga. Por se tratar de local de vegetação densa, as equipes encontraram dificuldades para combater o incêndio.
O fogo já estava chegando às margens da BR-356 em propriedades particulares. Equipes da Defesa Civil iniciaram as idas até as residências para orientar os moradores em Cajueiros.

quarta-feira, agosto 04, 2010

Dentro de alguns dias a Companhia dos Distritos Industriais (Codim) do Estado do Rio de Janeiro instalará um escritório em São João da Barra para negociar, caso a caso, com os produtores do 5º Distrito. A medida visa garantir que as negociações sejam benéficas aos que hoje residem ou produzem na área delimitada para receber o futuro Distrito Industrial do Complexo Logístico do Açu. Visando tranquilizar os produtores e moradores da Região, a decisão foi tomada nesta sexta-feira (30/07), durante reunião entre a prefeita Carla Machado, o governador Sérgio Cabral e os empreendedores, no Palácio Laranjeiras, no Rio.
Os produtores estavam apreensivos com a implantação do Distrito Industrial e com a eminente saída da localidade, onde estarão sendo implementado o Distrito Industrial. Também começou a ser definido o modelo de assentamento, bem como a área mínima de dois hectares para cada agricultor. Até os produtores que hoje possuem menos de dois hectares receberão área com esta metragem. Foram definidos pontos polêmicos do projeto, que representa um dos maiores investimentos da iniciativa privada, na América Latina.

Outras reivindicações feitas pela Prefeitura dizem respeito às Áreas de Proteção Ambiental, Unidade de Conservação, estrada-parque e Zona Especial de Negócios – ZEN. O projeto de reassentamento dos produtores rurais, que pretende servir como um projeto-modelo para o Brasil, assim como a aplicação das contrapartidas ambientais em obras de infraesturura entraram na pauta. A Secretaria Estadual do Ambiente será responsável pelo projeto de saneamento básico que pretende fazer de São João da Barra a primeira cidade 100% saneada, em todo o País.

Sobre a polêmica desapropriação de terras no 5º Distrito, ficou acertado que nada será feito sem que haja negociação com os moradores e produtores.

No projeto de reassentamento estão garantidas uma série de melhorias para quem possui até dez hectares, na área de abrangência do Condomínio Industrial, que será administrado pela Codim. Os produtores rurais terão benefícios como escola, creche, praça, centro comercial, centro comunitário, curral comunitário, galpão para armazenamento da produção e indústria de beneficiamento – a fim de agregar valor aos produtos. Além disso, os produtores contarão com máquinas e equipamentos agrícolas, acompanhamento e assistência técnica, tanque de peixes para garantir a subsistência e cultura de camarão voltada à exportação. Tudo isso com infraestrutura básica, como água tratada, energia elétrica, ruas calçadas e ciclovias para facilitar o deslocamento.

Dentre as decisões que farão parte de um termo de responsabilidade a ser assinado pelo Município, pelo Estado e o pelo empreendedor, está a destinação de uma área de seis milhões de metros quadrados – correspondente a 6% do Condomínio Industrial, para uma Zona Especial de Negócios. O modelo de administração da ZEN ainda será discutido entre a Prefeitura e a Codim, mas o objetivo é abrigar investidores de menor porte, do setor de serviços.

Na questão ambiental caberá ao governo estadual a demarcação e o acompanhamento das Áreas de Proteção Ambiental – APAs, das lagoas do Taí, Salgado, Grussaí e Iquipari, bem como a criação de uma Unidade de Conservação – a UC-SJB, na área da fazenda Caroara, além da demarcação e oficialização das faixas marginais das lagoas, a fim de garantir a preservação ambiental. Será construída uma estrada-parque entre Grussaí e o Complexo Logístico, com o objetivo de estimular o turismo na região e garantir facilidade de acesso.

Para a prefeita Carla Machado uma das maiores preocupações é, além de estruturar e criar condições para o desenvolvimento, amparar os produtores do 5º Distrito. Carla lembrou que o governo estadual já possui a fazenda Pontinha, onde poderá ser feito o reassentamento, mas antecipou que estão sendo procuradas outras áreas, nas quais a terra seja melhor ao cultivo. “O governo do Estado também está procurando uma área que seja mais próximo aquela onde eles estão hoje, a fim de causar um impacto social que seja mínimo”, destacou. “Estamos com as atenções voltadas prioritariamente para isso. O governo estadual, por meio da Codim, vai negociar caso a caso, abrindo um canal de diálogo mais abrangente com os produtores”, afirmou.

segunda-feira, agosto 02, 2010

RIO RURAL 2016

Água Limpa para o Rio Olímpico

Segundo dados do Relatório de Desenvolvimento Humano da ONU, uma em cada cinco pessoas residentes em países em desenvolvimento — cerca de 1,1 bilhão de habitantes — não têm acesso a água potável. Em quinze anos, mais de 3 bilhões de pessoas poderão viver em países com escassez de recursos hídricos. Embora o Brasil tenha a maior reserva de água doce do planeta, apenas 6% desta água está no Sudeste, região com a maior concentração populacional do país.

O Programa Rio Rural, através da campanha Rio Rural 2016 - Água Limpa para o Rio Olímpico, busca somar forças com seus parceiros para garantir água de qualidade para toda a população do Estado do Rio de Janeiro, melhorando as condições de vida de quem vive no campo por meio de incentivo às práticas sustentáveis na agricultura.

Com a meta de proteger 2016 nascentes até as Olimpíadas do Rio, a campanha promove uma ação integrada do Programa com seus parceiros, para conscientizar sobre o papel fundamental do agricultor como produtor de água. No período 2008-2009, o RIO RURAL já protegeu mais de 200 nascentes com apoio de agricultores familiares, prefeituras, empresas privadas, Comitês de Bacias Hidrográficas e outros parceiros nacionais e internacionais. Os recursos hídricos gerados nas nascentes das microbacias hidrográficas abastecem também as grandes cidades fluminenses, contribuindo para o bem-estar de toda a população.

Faça parte você também deste movimento pela água.
No campo ou na cidade, cuide bem do seu RIO.

Produtor, proteja sua nascente!


Pelo programa, pelo menos 25 milhões de embalagens serão coletadas e recicladas por ano.

Foi lançado no dia 30/07, pela Secretaria de Meio Ambiente do Município do Rio, Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e Sindicato das Empresas e Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom), o programa ambiental Jogue Limpo.
Pelo programa, pelo menos 25 milhões de embalagens de óleo lubrificante serão coletadas e recicladas por ano.
A iniciativa garante que as embalagens usadas de óleo lubrificante tenham destinação correta, de forma segura e ambientalmente adequada, uma vez que são recolhidas por gerenciadoras contratadas pelo programa, transportadas para as centrais de recebimento, onde recebem tratamento primário, e posteriormente encaminhadas para recicladoras credenciadas.

O programa dispõe também de alto nível tecnológico nos caminhões de coleta, com balanças eletrônicas e sistemas de GPS e GPRS, que monitoram todo o percurso do veículo e transmitem informações online de pesagem do material reciclável para a gerenciadora e desta para o site do programa. Desta forma, os órgãos ambientais mantêm controle contínuo da quantidade de embalagens coletadas e encaminhadas para a reciclagem.


No Brasil, milhões de embalagens plásticas são utilizadas por ano para envasar os mais diversos produtos, sendo que 2% deste total servem para acondicionar óleos lubrificantes. Há muitos projetos de lei sobre embalagens em geral no país, mas o Conama, que já emitiu a Resolução 362, regulando a coleta e o re-refino do óleo usado, atua agora na produção de uma resolução sobre as embalagens plásticas usadas dos lubrificantes com participação dos governos estaduais, da indústria e dos pontos de revenda, que com o programa Jogue Limpo se antecipam à legislação.



domingo, agosto 01, 2010


Gases emitidos pelos bovinos estão sendo coletados
A pecuária é acusada por ecologistas de acelerar o aquecimento global, devido às emissões do gás metano durante a digestão dos animais. Para definir com rigor o volume de emissões e propor estratégias para a sua redução, um grupo de pesquisadores da UENF trouxe para o Estado do Rio uma técnica inovadora de medição. O estudo é destaque na última edição da revista Rio Pesquisa, editada pela Faperj, que financia os estudos.

Embora o gás também seja liberado para a atmosfera por fontes naturais, como vulcões e pântanos, e por outras atividades humanas, como culturas de arroz, aterros sanitários e lixões a céu aberto, cada vez mais o passivo ambiental gerado pelo metano ganha relevância na discussão sobre a pecuária brasileira e sobre a inserção de seus produtos no mercado internacional. Os adversários da atividade argumentam que o gás metano tem potencial para provocar efeito estufa 21 vezes superior ao gás carbônico (CO2), para um mesmo volume de emissão. Os estudos na UENF têm a coordenação do professor Carlos Augusto de Alencar Fontes, do Laboratório de Zootecnia e Nutrição Animal (LZNA).

A chave para diminuir as emissões está no processo físico-químico ocorrido no interior do rúmen, que é o primeiro compartimento do estômago dos ruminantes. O rúmen funciona como uma câmara de fermentação anaeróbica – sem presença de oxigênio – onde o material ingerido é fermentado. Durante o processo, micro-organismos anaeróbicos decompõem o alimento (rico em carbono, no caso de bovinos criados a pasto, como no Brasil) e geram ácidos graxos voláteis de três tipos: o ácido acético, cuja molécula tem dois átomos de carbono; o ácido propiônico, que tem três; e o ácido butírico, com quatro.

Dos três produtos desta fermentação, o desejável é uma alimentação capaz de gerar mais ácido propiônico, que incorpora átomos de hidrogênio e não produz metano, como explica Carlos Augusto.

"A emissão de metano significa perda de energia contida no alimento e, por isso, já havia essa preocupação nas pesquisas sobre nutrição animal, mesmo antes de se considerar o problema do aquecimento global", explica.

Gases são coletados constantemente
Para se estimar a emissão de metano com os bois de pasto, usa-se, como referência, o gás traçador hexafluoreto de enxofre (SF6). Para tanto, uma cápsula que libera quantidades diárias conhecidas do gás traçador é introduzida no rúmen do animal. A mistura de gases expelida pelo animal, contendo metano e o gás traçador, é amostrada durante as 24 horas do dia, durante cinco dias seguidos. Na amostragem, usa-se um equipamento chamado canga (cano de PVC fechado, com pressão interna negativa de 1 atmosfera -ATM) e um capilar (cano fino acoplado ao cabresto), que fica no pescoço do boi. Os gases coletados durante 24 horas são analisados por cromatografia gasosa, capaz de detectar substâncias em nível de parte por trilhão.

Como a taxa de emissão do gás traçador (gás de referência) pela cápsula é previamente conhecida, uma vez determinada a relação existente entre as concentrações do metano e do gás traçador na mistura de gases captada pela canga, pode-se quantificar o volume de metano emitido pelo animal. O projeto tem a participação de pesquisadores do Laboratório de Ciências Físicas da UENF (LCFIS), sob a coordenação do professor Helion Vargas. Mas, enquanto os físicos calibram seus equipamentos de precisão, eliminando a interferência de outros gases ruminais, as amostras têm sido analisadas pela pesquisadora Rosa T. S. Frighetto, da Embrapa Meio Ambiente, com a interveniência de Alexandre Berndt, do Instituto de Zootecnia (IZ-SP), que passaram a integrar a equipe do projeto.

Técnica pioneira no Estado
Pioneira no estado do Rio, a técnica que está sendo implantada na UENF foi adotada pela primeira vez no mundo em 1995. Por meio dela, esperam os pesquisadores, será possível quantificar, em bases mais seguras, os níveis de emissão do metano. Em sua grande maioria, o boi brasileiro vive em pastagens. O lado negativo disto é que este rebanho gera mais metano do que animais alimentados em cochos, com alimentação concentrada. Mas há um aspecto positivo, pouco considerado, que é a fixação de CO2 pela vegetação do pasto, realizada por fotossíntese, como ocorre, em grau mais elevado, com as florestas.

"A evidência é de que a quantidade de CO2 fixada em pastagens é bastante grande, comparável, inclusive, à de florestas. Mas é preciso analisar em profundidade esses dados, o que está sendo feito aqui mesmo na UENF", informa Carlos Augusto, referindo-se a um trabalho em andamento, sob a coordenação do professor Elias Fernandes de Sousa, do Laboratório de Engenharia Agrícola (LEAG).

O boi de pasto também tem a seu favor o fato de atender melhor aos padrões de exigência quanto ao bem-estar animal. Países da União Europeia, por exemplo, têm combatido as condições de confinamento extremadas. Por isso, o chamado "boi verde" também tem apelos ambientais. O problema é que grande parte das pastagens brasileiras é de baixa qualidade. Segundo o pesquisador, pouco mais da metade da área total de pastos no Brasil encontra-se em algum estágio de degradação. Um pasto de má qualidade suporta poucos animais por área e possibilita um pequeno ganho diário de peso por animal, prolongando o tempo de vida até a condição de abate – o que significa mais tempo de emissão de metano por cabeça.

Por isso, uma das linhas de investigação do grupo coordenado por Carlos Augusto é a análise da produção de metano por quilo de carne produzida. No Brasil, a idade média de abate dos bovinos é de 3,5 a quatro anos. A adição de suplementos pode reduzir a idade de abate e modificar a proporção de ácidos produzidos no rúmen, elevando a produção de ácido propiônico e reduzindo a perda energética e os danos ambientais.

Na vertente genética, a pesquisa busca identificar animais capazes de ganhar peso com maior eficiência energética. Segundo dados da literatura, quanto mais eficiente for o animal na conversão do alimento ingerido em peso corporal, menos metano ele emitirá.

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